Apresentação 

 Devido aos altos níveis de emissão de CO2 na atmosfera terrestre, a temperatura média do planeta vem aumentando a cada ano e isto pode resultar em um conjunto de alterações climáticas que são responsáveis pela geração de grandes prejuízos à sociedade. Por este motivo, compreender os efeitos das Mudanças Climáticas Globais (MCGs) se apresenta de extrema relevância para a civilização.  Neste cenário as plantas apresentam um papel crucial, pois através do processo fotossintético as mesmas capturam o CO2 e incorporam o carbono por meio da síntese de celulose e outros compostos. O Laboratório de Fisiologia Ecológica de Plantas (LAFIECO) do Departamento de Botânica do IB-USP foi o primeiro montado no Brasil exclusivamente para estudar os efeitos das mudanças climáticas globais sobre as plantas. O LAFIECO possui um conjunto de câmaras (Câmaras de Topo Aberto ou OTCs, do inglês Open Top Chambers) onde é possível avaliar as respostas das plantas ao aumento de CO2 e à temperatura, isoladamente ou de forma combinada. No LAFIECO, os experimentos são realizados geralmente com o dobro do CO2 atual, hoje 390ppm (partes por milhão). Nosso sistema também permite o controle de aquecimento de nossas OTCs, fazendo com que a temperatura em que as plantas se desenvolvem fique de 1°C até 6°C a mais do que a temperatura ambiente. São realizadas coletas de dados atmosféricos em intervalos de dez minutos, e com isto pode-se avaliar como as plantas alteram seu crescimento, fotossíntese e o metabolismo frente às variações ambientais naturais. No nosso grupo, alunos de graduação e pós-graduação realizam experimentos onde são retiradas, periodicamente, amostras das diferentes partes das plantas para a avaliação das respostas metabólicas, principalmente de açúcares livres (glicose, frutose, sacarose, amido) e de parede celular. 

Já foram realizados estudos com diversas espécies nativas da Mata Atlântica (Sesbania virgata – feijão do mato, Schizolobium parahyba – guapuruvú, Senna alata – candelabro, Hymenaea courbaril – jatobá), da Floresta Amazônica (Euterpe oleracea – açaí, Senna reticulata, mata-pasto) e também espécies cultivadas (Saccharum sp. – cana-de-açúcar, Phaseolus vulgaris – feijão comum e Glycine Max – soja). O principal objetivo destes estudos é compreender as respostas fisiológicas de plantas nativas e das principais culturas brasileiras às mudanças climáticas globais. 

O LAFIECO também se dedica a estudos sobre a produção de bioenergia, pois o uso de energia renovável a partir de biomassa vegetal é uma das formas de diminuir os impactos das MCG. Dessa forma também desenvolvemos linhas de pesquisa que auxiliam na obtenção de açúcares a partir dos polímeros da parede celular das plantas (celulose, hemiceluloses e pectinas) e na busca por plantas brasileiras que sejam grandes produtoras de açúcares fermentáveis, como a sacarose e o amido. 

Neste site você poderá tomar conhecimento dos trabalhos que estamos realizando no LAFIECO e ficar atualizado sobre as principais pesquisas que estão sendo realizadas em relação às mudanças climáticas e a bioenergia no Brasil e no mundo.